A Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus, em Sessão Solene realizada na noite da última sexta-feira (5), no Centro Cultural, entregou a Medalha Pedro Kilkerry, que visa homenagear pessoas que desempenharam relevante papel para o fomento da Cultura do município. A indicação da honraria está prevista em resolução aprovada pelo Poder Legislativo Municipal. A solenidade contou com a presença do prefeito Genival Deolino, do deputado estadual Alan Sanches, da secretária municipal de Cultura Silvia Brito e da diretora geral da Fundação Cultural do Estado Renata Dias. Os homenageados foram: Maria do Espirito Santo- Tia Quinha – Indicação da vereadora Dalva Mercês; Gilberto Nery dos Santos – (Sapateiro) – Indicação do vereador Francisco Damasceno; Roque dos Anjos (Mestre Roque) – Indicação do vereador Edvan Morão; Félix José do Sacramento (Filarmônica Amantes da Lira) – Indicação do vereador Uberdan Cardoso; Antônio Carlos Reis dos Santos – Indicação da vereadora Tia Adriana; Carlos Alberto Cerqueira de Andrade (Adão) – indicação do vereador Carlos Ramos e Florisvaldo Queiroz Souza – Indicação do vereador Carlos Ramos.
Quem é Pedro Militão Kilkerry
Nascido em Santo Antônio de Jesus, no dia 10 de março de 1885, o poeta era descendente de irlandeses por parte do pai, o engenheiro John Kilkerry, superintendente da Bahia Gás Company Limited, e da mestiça alforriada baiana Salustiana do Sacramento Lima. Portador de tuberculose pulmonar, faleceu durante a realização de uma traqueotomia de emergência em Salvador. Formou-se bacharel em ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Bahia, em 1913. Na época, já atuava como colaborador das revistas Nova Cruzada, os Anais, Via Láctea, a Voz do Povo e de vários jornais, entre os quais A Tarde, A Gazeta do Povo e Jornal Moderno, onde publicou a série de crônicas Quotidianas – Kodaks.
Foi advogado e escriturário da Repartição de Contabilidade do Tribunal de Contas de Salvador. Poeta simbolista, Kilkerry, apenas em 1971 ocorreu à publicação póstuma de 36 de seus poemas, no livro Revisão de Kilkerry, de Augustos de Campos. Para Campos, “Kilkerry não só compreendeu mais conscientemente que outros simbolistas o papel desempenhado na criação pelo subconsciente – mais tarde supervalorizado pelo surrealismo – como soube levar mais longe a liberdade de associação imagética. Por outro lado, a capacidade de síntese, assim como a consciência das limitações da sintaxe ordinária, são mais agudas em Kilkerry do que em qualquer outro poeta do nosso simbolismo”. Foi considerado por Augusto de Campos, um dos precursores do modernismo no Brasil. Também foi chamado de “o Gregório de Matos” daquele período da vida baiana.
